Oliveira se inspira em ex-treinadores

Técnico que foi campeão novamente pelo Cruzeiro em 2014 acredita que seja uma mistura de ex-treinadores

Se o Cruzeiro se sagrou bicampeão nacional 2013/14 com a vitória sobre o Goiás por 2 a 1, no Mineirão, faltando duas para o término do Campeonato Brasileiro, muito se deve a Marcelo Oliveira. Com o feito, treinador entra para o seleto grupo de comandantes que conquistaram dois títulos seguidos do campeonato que é considerado um dos mais difíceis do mundo.

“É um fato importante e difícil de acontecer. É fruto de um trabalho em conjunto, de toda diretoria do Cruzeiro, comissão técnica e principalmente pelos jogadores qualificados que tenho em mãos”, disse o treinador celeste, em entrevista ao Portal da Band.

E antes mesmo de chegar à consagração, Marcelo Oliveira ficou extremamente satisfeito depois que o ex-goleiro João Leite o considerou uma mistura dos ex-técnicos Barbatana e Telê Santana. “Fico orgulhoso, lisonjeado. São dois excelentes técnicos”, comentou.

“O Barbatana era mais exigente, rigoroso, disciplinador. O Telê Santana era fascinado pela parte técnica e tática”, explicou. 

João Lacerda Filho, o ‘Barbatana’, foi jogador e técnico de futebol do Atlético-MG em 1966, 1976 a 1978 e 1982.  Ele dirigiu a equipe que encantou o país no Campeonato Brasileiro de 1977, quando o time foi vice-campeão invicto, perdendo a decisão nos pênaltis para o São Paulo. 

Além de Barbatana e Telê, Marcelo Oliveira revelou outra grande inspiração para ser o técnico vitorioso que é atualmente. “O Levir Culpi (hoje seu rival no Atlético-MG), além de um excelente técnico, é amigo, uma grande pessoa”.

Sobre a conquista de mais um Brasileiro, ele relatou que, para alcançar o título, teve de enfrentar um elevado nível de pressão. “Alguns jogadores saem no meio da temporada e temos que montar uma estratégia para manter esse ritmo para não perder o embalo. Existe uma cobrança absurda em relação aos resultados”, comentou.

Acompanhe a entrevista a seguir:

Portal da Band: O João Leite acha você uma mistura dos técnicos Barbatana e Telê Santana. Como analisa essa comparação?

Marcelo Oliveira: Fico orgulhoso, lisonjeado. São dois excelentes técnicos que tanto eu como o João Leite trabalhamos. O Barbatana era mais exigente, rigoroso, disciplinador. O Telê Santana era fascinado pela parte técnica e tática, tinha uma obstinação fora do comum pela perfeição. Estou buscando meu espaço e crescendo no meio do futebol, mas não sei se chego a essa comparação.

Portal da Band: Em quem você se espelhou na carreira?

Marcelo Oliveira: Quando eu era jogador, meu grande mestre era o Telê Santana, pois era um técnico que cobrava muito, mais de muita qualidade. Ele foi muito importante para os jovens jogadores do Atlético-MG na época. Como treinador é o Levir Culpi, pois além de um excelente técnico, é amigo, uma grande pessoa. No lado profissional é muito trabalhador, vitorioso, exigente, mas ao mesmo tempo amigo. Tive muita identificação com ele, quando foi meu técnico quando eu jogava pelo Atlético-MG. O Levir Culpi sempre foi a grande referência pra mim.

Portal da Band: Como você se define?

Marcelo Oliveira: Um profundo estudioso, pois amo o futebol. Gosto de analisar os adversários não para temer, mas para prevenir algo. Sou um técnico aglutinador que gosta de unir e deixar o elenco bastante focado com o mesmo objetivo de vitórias e títulos cada vez mais.

Portal da Band: Você deixou de ser um técnico mediano para ser reconhecido. Como analisa essa reviravolta?

Marcelo Oliveira: É muito gratificante ouvir esses elogios que vem de todos os lados. É o sinal do reconhecimento do meu trabalho que venho fazendo há muito tempo.  Não consigo mensurar se sou realmente um técnico de ponta, mas tenho a certeza de que trabalho com muita seriedade, dedicação, empenho e muito amor. Procuro ser correto em tudo que eu faço desde a minha vida pessoal até a profissional. Estou sempre querendo melhorar buscando a perfeição.

Portal da Band: Com o bicampeonato brasileiro seguido pelo Cruzeiro, você passou a estar em um seleto grupo de vencedores e ficando perto de igualar a Muricy Ramalho, que tem três títulos brasileiros seguidos. Como se sente?

Marcelo Oliveira: É um fato importante e difícil de acontecer, mas o que está acontecendo agora não é somente mérito meu. É fruto de um trabalho de toda diretoria do Cruzeiro, comissão técnica e principalmente pelos jogadores qualificados que tenho em mãos. É muito difícil ser campeão duas vezes seguidas, ainda mais em um campeonato tão disputado como é o Brasileiro, que tem sempre grandes equipes em busca do título. Além do mais, alguns jogadores saem no meio da temporada e temos que montar uma estratégia para manter esse ritmo para não perder o embalo. Existe uma cobrança absurda em relação aos resultados.

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