Mãe de Eliza Samudio revela revolta com Boa Esporte

Sônia de Fátima Moura conta a rotina com o neto, torcedor são-paulino, e diz temer por sua vida mesmo após a prisão de Bruno

Aliviada pelo retorno de Bruno à prisão, nesta quinta-feira, Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio, encara a decisão do STF como uma vitória. No entanto, contou ao Portal da Band que teme por sua vida e pela vida do neto Bruninho, filho do jogador, por conta das ameaças que afirma ter recebido. A mãe da modelo, dada como morta em 2010, também descreveu um pouco de sua rotina em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, e revelou sua revolta com a atitude do Boa Esporte, clube que contratou o goleiro no mês de março.

"Minha maior chateação é terem permitido que o Bruno entrasse em campo segurando a mão das crianças. Aquela imagem foi revoltante para mim, porque geralmente os atletas são inspiração para os jovens. Que tipo de exemplo o Bruno pode passar para crianças? Que ele matou uma pessoa com requintes de crueldade e atentou contra a vida do próprio filho? O clube tinha que ter consciência disso", desabafou. 

Avó em tempo integral, aos 51 anos, Sônia faz o papel da mãe na rotina de Bruninho, que completou 7 anos, e incentiva o menino à prática de esportes. Apesar das influências de casa, a avó conta que o garoto, que se tornou torcedor são-paulino, prefere as aulas de luta e não demonstra o desejo de ser jogador de futebol.SôniaSônia afirma já ter recebido ameaças Foto: Reprodução/Facebook

"O Bruninho joga bola na educação física, na escola, mas não vejo nada demais. Ele começou a torcer para o São Paulo, o mesmo time da mãe dele. Engraçado que eu nunca tinha dito isso para ele, foi uma escolha, mesmo com as influências de Vasco e Corinthians aqui em casa. O que ele gosta mesmo é do Karate, quer subir de faixa, adora as aulas. Ele também gosta de vôlei e corrida de Fórmula 1", contou.

Leia abaixo o restante da entrevista:

Prisão de Bruno
"Não fico tanto naquela angústia de ver que ele está solto e a sensação de impunidade. Meu receio não acaba pelo fato de ele estar na cadeia. Mesmo estanto preso, eu tenho medo que ele consiga manipular as pessoas aqui fora e mande fazer coisas comigo ou com o Bruninho. De certa forma, meu temor aumentou, porque ele percebeu que eu sou a pessoa que está incomodando ele diretamente. Tenho medo que ele faça alguma coisa para se livrar de mim".

Ameaças
"Há menos de dois meses, recebi telefonemas durante a madrugada, pelas 2h ou 3h da manhã. Me ligavam de um número não identificado e não falavam nada. Carros estranhos também ficavam passando em frente a minha casa, até que me mudei. Bem no começo do processo, fui ameaçada por uma pessoa anônima, que pedia para eu desistir ou alguma coisa aconteceria comigo, desde então tenho muito medo".

Revolta com o Boa Esporte
"Fiquei indignada quando contrataram o Bruno. Não esperava de um clube uma atitude como essa. Mas no fim, a própria cidade ficou dividida, o Boa perdeu patrocinadores e quase perdeu o apoio da prefeitura. Foi um marketing negativo".

Relação com o neto
"Levo e busco o Bruninho da escola, faço tudo. Eu tomo muito cuidado também com as coisas que ele vê, porque ele não sabe a verdade sobre a morte da mãe dele. Eu sempre procuro desligar a televisão nos noticiários. Eu só ligo a televisão depois que ele dorme. O Bruninho sabe quem é o pai dele, sabe que ele estava preso e depois foi solto. Um tempo atrás ele perguntou como ele era e mostrei as fotos. Até perguntei se ele queria conhecer o pai, mas ele nem falou nada".

Justiça
"Minha luta judicial só vai acabar quando sair a decisão da permanência do Bruno na prisão e eu souber onde estão os restos mortais da Eliza. Mesmo assim, minha maior preocupação é o Bruninho, contar para ele que o próprio pai mandou matar a mãe. Essa é a minha maior missão".

Após prisão, goleiro Bruno volta a jogar. Veja as fotos:

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