Clube que subiu tem folha salarial de R$ 60 mil e pagou premiação de R$ 200

Atlético Acreano conquistou o acesso à Série C com finanças modestas, mas presidente Elisson Azevedo promete 30% da renda da semifinal aos jogadores

Enquanto alguns clubes da Série A desembolsam milhões na contratação de jogadores, outros, mais modestos e longe da elite, gastam o mínimo e atingem o inesperado. Foi o que aconteceu com o Atlético Acreano. Com uma folha salarial de apenas R$ 60 mil, o clube do Norte do país conquistou o acesso à Série C no último domingo, após empatar com o São José-RS por 1 a 1 - o jogo de ida, em Porto Alegre-RS, terminou com vitória da equipe do Acre por 1 a 0.

Em entrevista ao Portal da Band, o presidente Elisson Azevedo contou sobre o prêmio pago ao elenco e a renda da próxima partida, que será destinada aos atletas. "A premiação aconteceu só nos dois últimos jogos e é mínima. Pagamos por volta de R$ 200, R$ 300 para cada atleta", disse. "E na próxima partida, 30% da renda vai para os jogadores", prometeu.

Uma das maiores dificuldades na trajetória da equipe foi a questão financeira. O mandatário explicou como arca com as despesas do dia a dia. "Nossa folha salarial é de R$ 60 mil. 40% desse valor é pago através dos patrocinadores e o restante a gente completa, eu, a vice-presidente e os diretores".

Da equipe que conquistou o acesso, apenas dois jogadores foram contratados (o goleiro Miller e o atacante Rafael). O restante é da cidade. Tudo, segundo Elisson, para valorizar os atletas locais. "A gente tem um trabalho para valorizar os atletas do nosso estado. Saímos e fomos trazendo os jogadores que tinham condições de honrar a camisa do Atlético. Só trouxemos dois atletas", afirmou. "Muitos empresários oferecem jogadores, mas a gente só contrata quem conhece. Vamos motivando os mais jovens. Nós temos uma garotada no juniores".

Para enfrentar o São José-RS, na fase decisiva, o Atlético precisou viajar mais de 4000 km até Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A distância foi lamentada pelo presidente. De acordo com Elisson, a questão geográfica é um dos grandes empecilhos do clube, assim como a parte financeira.

"Nosso maior problema é geográfico. Estamos distantes do grande centro. Por conta disso, as viagens são longas e cansativas, e os horários dos voos são complicados. Quando o jogo é fora de casa, a gente perde uma noite de sono. Além disso, tem a questão financeira. Nós vamos levando. Tem uma rede de supermercados e um plano de saúde que nos ajuda. De resto, não temos apoio de mais ninguém", ressaltou.

Apesar dos problemas relatados, o presidente do Atlético Acreano não se considera uma zebra e recordou da boa campanha realizada no último ano. "Nós éramos a melhor equipe de todas as séries do Brasil, ficamos 23 jogos invictos e tínhamos a melhor campanha da Série D. Mas perdemos a partida do acesso", contou ele, relembrando a derrota para o Moto Club, em 2016, nas quartas de final.

E agora?

Com o acesso garantido, agora Elisson já planeja a próxima temporada. Apesar do assédio que o clube receberá em cima de seus atletas, o presidente do Atlético espera formar um time de qualidade. "Vamos perder alguns jogadores que têm condições de ganhar melhores salários, mas também temos que pensar no clube e nos estruturar para formarmos uma equipe competitiva no ano que vem", concluiu.

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