'Melhor qualidade de Tite é a gestão de pessoas'

É o que aponta o técnico do tetra, Parreira, que concedeu entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes

Em 2006, o Brasil chegou para a Copa do Mundo como o grande favorito ao título. A equipe era formada por grandes estrelas, como Ronaldinho, Ronaldo, Kaká e Adriano. Apesar de toda badalação, a Seleção caiu nas quartas de final, diante da França.

Mais de 10 anos após o Mundial, Carlos Alberto Parreira acredita que muitos fatores contribuíram para o fracasso. Entre eles, o ex-treinador apontou que a fome do elenco não era a mesma de quatro anos atrás, quando o Brasil venceu o penta.

Parreira concedeu entrevista para Elia Júnior na Rádio Bandeirantes e falou, entre outros temas, sobre os trabalhos de Tite e Rogério Ceni na Seleção Brasileira e no São Paulo, respectivamente. Confira abaixo os principais temas da conversa:

Rogério assumiu cedo? Deveria ter se preparado mais?
“Não é culpa do Rogério. Isso não aconteceria na Espanha, Itália, Inglaterra porque existe uma lei que obrigado técnico a passar por um curso. O Rogério não é o primeiro e não será o último. Até na seleção aconteceu isso, com Falcão, com Dunga. Recentemente, houve um fórum aqui na CBF. O (Fabio) Capello fez uma palestra. Antes de se tornar técnico do Milan, ele foi cinco anos técnico das categorias de base, depois de ter feito curso de formação na federação italiana. Ou seja, ele se preparou. Existe essa grande diferença cultural”.

Sente saudades da vida de técnico?
“Não. Honestamente, não. A vida é feita de ciclos, etapas e a minha foi concluída. Foram 47 anos. Nove, 10 Copas do Mundo. Um privilégio. Foram coisas que aconteceram com muita naturalidade. Eu me preparei para esse momento. Eu tenho cinco netos e quero curtir esse momento. O que ficou para trás ficou para trás, são lembranças que a gente olha com carinho, mas sem saudosismo. A gente passou por tudo que tinha que passar no futebol. Sou uma pessoa de bem com a vida, feliz”.

Falta de privacidade em Weggis na preparação para a Copa de 2006
“Não estava previsto, não era para ter ocorrido, aconteceu. São coisas muito complexas, não eram para ter acontecido, mas não perdemos a Copa por causa daquilo. Foram apenas 10 dias de treinamento em Weggis. Nós, entre aspas, fomos ludibriados. Teve um suíço que organizou aquele tour e nos colocou de maneira muito clara que, devido aos atletas que nós tínhamos, a polícia suíça estava muito preocupada com a segurança, eles precisariam distribuir senha para controlar a entrada do público. Quando chegamos lá, fomos surpreendidos pela venda de tickets e não houve como voltar atrás. Eu te garanto que aquilo não era para ter acontecido”.

O que deu errado na Copa de 2006
“Quando você ganha são várias circunstancias que contribuem. Quando você perde, da mesma maneira, existem vários fatores que contribuíram para a derrota. Nós não tivemos a preparação adequada, alguns jogadores não eram os ideais para aquela Copa... Nós ganhamos a Copa das Confederações de maneira brilhante. Um ano depois o momento daqueles jogadores não era o mesmo. Em um ano muda muita coisa. O Ronaldo não era o mesmo jogador, o Ronaldinho estava exaurido por três competições, não teve o descanso físico e mental necessário. A data da Copa é muito ingrata para os jogadores do futebol europeu, principalmente. O Ronaldo estava três meses sem jogar no Real Madrid, chegou fora de forma. Uma série de fatores contribuiu. Depois de ter sido campeão em 2002, a fome não era a mesma”.

Trabalho de Tite
“Vem fazendo um trabalho excepcional. Acho que ele tem conceitos táticos muitos bons, mas, sobretudo, ele tem uma qualidade muito boa para a Seleção que é ser gestor de pessoas. Não só com jogadores, com imprensa, com todos. A primeira qualidade do treinador é saber se comunicar. E o Tite se comunica como ninguém. E ele tem conceitos de futebol muito bons. Eu acho que ele se preparou, ele está com 56 anos. Ele uniu o trabalho de campo à capacidade excepcional de ser gestor de pessoas”.

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