Talvez seria mais valorizado no meu país se fosse branco, diz Hamilton
Hexacampeão de Fórmula 1 afirmou que não trabalha por reconhecimento
Aline Küller - 14/11/2019 - 11:11 | Atualizado em 14/11/2019 - 14:31
Lewis Hamilton é o único piloto negro no grid da Fórmula 1 (Foto: Léo Souza/Estadão Conteúdo)
Lewis Hamilton vem dominando a Fórmula 1 nos últimos anos. O piloto da Mercedes conquistou o sexto título da categoria de forma antecipada nesta temporada, ficando a uma conquista das sete de Michael Schumacher, o que faz com que muita gente aponte o britânico como o melhor da história. No entanto, essa idolatria parece menor dentro da própria Inglaterra.
"Eu não corro por reconhecimento, não é isso que me impulsiona, não procuro pensar nesse fato. Tenho sorte em fazer o que eu adoro e ainda representar o meu país em outros países. Talvez as coisas fossem diferentes se eu fosse branco, mas, no fim das contas, prefiro me concentrar nas coisas positivas", declarou Hamilton durante coletiva em São Paulo.
Único negro do grid, o piloto de 34 anos afirmou que a questão racial "sempre foi um problema". "Vejo famílias de diferentes etnias, diferentes origens, vindo até mim e dizendo: 'Meu filho quer ser um piloto'. Isso é ótimo, mas existe um problema. A cada ano, fica mais caro", analisou.
Em semana de GP do Brasil, o hexacampeão aproveitou para enaltecer a boa relação com os torcedores locais. "Acho que o meu maior apoio está no Brasil. Parece que eu estou crescendo desde 2008. Sinto que os brasileiros estão gostando cada vez mais de mim".
Os questionamentos sobre a suposta falta de patriotismo de Hamilton vieram durante a etapa de Silverstone. Ele foi questionado sobre não ter um sotaque britânico e pela opção de adotar residência em Mônaco.
"Eu vou a todas essas corridas e levanto a bandeira britância com orgulho. Não há mais ninguém neste esporte que a tenha elevado tanto", afirmou na época.