Movimento culpa elitização por silêncio e critica proibição de bateria na Copa América

Grupo de torcedores tenta implementar a cultura de torcer pela Seleção Brasileira nos estádios

Se a torcida brasileira deixou de viver só do "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor" isso se deve ao Movimento Verde e Amarelo. O grupo surgiu em 2008 e é o responsável pelos hits Mil Gols e Brasilzão (Em 58 foi Pelé, em 62 foi o Mané...), esse último caiu nas graças durante a Copa do Mundo da Rússia em 2018.

Esse torcedores se definem como parte de um movimento que tem como objetivo ajudar a evoluir a maneira de torcer do brasileiro. Eles ressaltam que não estão presentes apenas no futebol, também atuam na Olimpíada, no handebol, no rúgbi, futsal, entre outros. No entanto, o grande desafio está na Copa América. A animação do Movimento Verde e Amarelo contrasta com o silêncio nas arquibancadas, como foi visto na estreia da Seleção contra a Bolívia no estádio do Morumbi na sexta-feira passada.

Para Luiz Carvalho, conhecido como Vasco, um dos líderes do grupo, esse desinteresse do público local é um velho conhecido. "Sempre soubemos desse cenário, surgimos para mudar, para criar mais gritos e momentos que a torcida se una. O brasileiro não tem a cultura de torcer e apoiar as suas seleções como faz com o seu time, para isso tem que ter movimentos e ações voltadas para esse público, a gente entende que é um trabalho de longo prazo. Estamos aí há 10 anos, mas os primeiros resultados mais consistentes surgiram na Copa da Rússia", explicou em entrevista ao Portal da Band.

A frieza do público no Morumbi tem algumas explicações para Vasco. "O fato de você ter uma elitização com o preço dos ingressos contribuiu, assim com o povo paulistano que é mais crítico e frio. Além disso, também tem o fato de não poder entrar com instrumento, o que consideramos um absurdo. É um crime contra a cultura da América do Sul inteira, todos têm a cultura de ter bandas, instrumentos. Somos vetados, mas outras pessoas conseguiram entrar. Não conseguimos levar a nossa bateira, lógico que bateria não faz mágica, mas o cenário poderia ser diferente, dificuldade é grande para puxar músicas em um estádio grande como é o Morumbi", enumerou.

O líder do Movimento revelou que após chegarem em Salvador, na Bahia, onde a Seleção Brasileira enfrenta a Venezuela nesta terça-feira, 18, na Fonte Nova, descobriram que torcedores da Argentina e da Colômbia conseguiram entrar no estádio baiano com instrumentos no duelo de sábado. Vasco diz que tem vídeos do ocorrido.

"Por que a torcida do Brasil não pode entrar com instrumento? Nós somos o país do Carnaval, somos um dos povos mais festeiros do mundo", questionou.

O Movimentou tentou contato com a Polícia Militar da Bahia, mas ainda não teve um retorno e não sabe se poderá levar a bateria para as arquibancadas da Fonte Nova. Pelas regras da Conmebol, os instrumentos são proibidos em toda a competição.

O grupo sempre segue o mesmo protocolo durante a Copa América. Realiza a recepção da Seleção no hotel, faz um esquenta antes dos jogos e parte em caminhada até os estádios. Eles criaram música para todos os jogadores. As canções com Richarlison e David Neres são as que fazem mais sucesso atualmente, caindo na graça até do capitão Daniel Alves.

Apesar disso, Vasco revelou que eles não têm grande contato com os jogadores. “A gente tem um contato protocolar, não tem intimidade. O Tite sempre demonstra um carinho especial pelo Movimento, já demonstrou isso em algumas entrevistas”, relembrou.

E a confiança na conquista do título da Copa América é grande. “Estamos muito confiante, cada campeonato é um campeonato, futebol é uma caixinha de surpresas como diz a gíria, não acho que é um absurdo se não ganhar, que tem que ser campeão de qualquer jeito. Entendemos que têm grande seleções: Uruguai é forte, Colômbia é forte, Argentina tem um time ok, o Chile pode surpreender. Entendemos que temos um time bom, estruturado, um trabalho que vem com o Tite há três anos, tenho confiança que vamos ser campeões”, apostou Vasco.

O administrador prometeu que vai fazer a sua parte para a Seleção receber apoio na Fonte Nova. “Vamos fazer a arquibancada cantar, sabemos que a missão é difícil, sabemos quanto vamos precisar se esforçar, essa é nossa missão”, declarou.

Torcedores da Alegria

O grupo também tem um projeto social e visita hospital em toda cidade que passa: Torcedores da Alegria. “Começamos na Rússia um projeto que foi idealizado em 2010. Fizemos em Samara, um dos nossos integrantes é médico. Foi muito bacana, repetimos aqui no Brasil, colocamos isso com uma atuação padrão, vamos visitar um hospital em toda cidade que passarmos sempre um dia antes dos jogos”, explicou Vasco.

Embaixadas espalhadas pelo Brasil

Vasco explicou que o Movimento conta com embaixadas espalhas por todo o Brasil e ressaltou a importância do crescimento de apoio para que cada vez mais pessoas entrem para a iniciativa para contemplar todos os esportes.

“Movimento Verde e Amarelo não é só de futebol é de todos os esportes. Para isso, a gente esteja presente em todos os esportes precisamos desenvolver embaixadas em todo o brasil, o objetivo é que elas representem o movimento”, argumentou.

O líder do grupo ainda contou que a iniciativa fez um trabalho bacana em Ribeiro Preto, interior de São Paulo, quando participou do Mundial de Futsal de Down. O Brasil ganhou a competição pela primeira vez. A competição aconteceu no começo de junho.

Copa do Mundo feminina

O Movimento Verde e Amarelo também conta com integrantes na Copa do Mundo Feminina da França. Marta e Formiga foram homenageadas com bandeirões. O grupo segue o mesmo protocolo para apoiar as comandas de Vadão, recebendo o time no hotel, fazendo esquenta e comandando a festa nas arquibancadas.

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